Prof. Pedro Luís Büttenbender
Mestre em Gestão e Especialista em Cooperativismo
A sociedade vive a semana com deferência especial ao cooperativismo. O primeiro sábado de julho de cada ano é definido pela Aliança Cooperativa Internacional como o Dia Internacional do Cooperativismo. A cooperação se posiciona como a prática mais adequada para as pessoas e organizações que alimentam a esperança de uma sociedade mais solidária, justa e menos desigual.
Os precursores do cooperativismo no mundo, e também no Brasil, geraram um legado importante para o desenvolvimento. As regiões consideradas desenvolvidas no mundo, e que
mantém processos duradouros, tem uma qualificada presença de organizações cooperativas.
A organização da região Fronteira Noroeste, teve ao longo da sua história uma forte presença do cooperativismo, não apenas estruturado em organizações formais, mas também através do modo de organização de trabalho e de vida dos imigrantes. Do período de colonização aos dias de hoje, o cooperativismo tem cumprido com papéis extremamente importante para a organização produtiva, a infra-estrutura e de serviços. Inicialmente o cooperativismo na região esteve mais presente no setor agrícola, destacando as cooperativas de produção, de crédito e eletrificação. Porém, nos últimos anos, o crescimento e fortalecimento do cooperativismo, além do agropecuário, se estende também a área urbana, com a formação de cooperativas nos ramos de consumo, crédito, educacional, especial, habitacional, infra-estrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte e turismo e lazer.
A Região Fronteira Noroeste, com 20 municípios e 210.366 habitantes (IBGE/2000) e um Produto Interno Bruto de R$ 2 bilhões por ano (FEE, 2002) tem na base da sua organização econômica e social, um forte contribuição das cooperativas. São as cooperativas, individualmente, ou em conjunto, quando da atuação de mais uma cooperativa de produção por município, as responsáveis pelas maiores contribuições do Valor Adicionado por município (leia-se, impacto no FPM – Fundo de Participação dos Municípios). Portanto, de grande impacto na fatia total dos recursos públicos repassados aos municípios. Em termos de geração de oportunidades de trabalhos nos municípios da região, são também as cooperativas que contribuem com em grande número e Valor. Este valor expresso não apenas quantitativamente, mas qualitativamente, quando fixa funcionários de qualidade superior em unidades de atendimento e filiais, e estes contribuem não apenas no desenvolvimento do seu trabalho, mas também na própria inserção comunitária.
O destaque para as cooperativas agropecuárias, que já foram em maior número na região, mas que atualmente são expressivas pela sua integração e a própria cooperação intercooperativa e com sede na região. Alguns exemplos:
Agropecuárias: Cotrirosa, Cotrimaio, Cooperamil, Comtul, Coceagro, CCGL, etc.
Crédito: SICREDI Grande Santa Rosa, Sicredi Noroeste, Cresol e Unicred.
Eletrificação e geração de energia: Cooperluz e Certhil.
Trabalho: Cotrab, Unitec e outras.
Cultura: COoperacultura
Saúde: Unimed Santa Rosa, Unimed Três de Maio e Uniodonto.
Produção Familiar: Unicooper, Coopasc, Creral, Coopertereza e várias outras vinculadas a agricultura familiar.
Estes e muitos outros exemplos de cooperativismo merecem o reconhecimento da região, do estado e do Brasil, pela sua relevante contribuição para o desenvolvimento da sociedade e de forma específica a região Fronteira Noroeste. Esta que pode ser considerada a região com uma das mais qualificadas experiências de organização cooperativa, pois boa parte da história da região e dos próprios municípios se confundido com a história das cooperativas.
Pensando na sua qualificação e no futuro, as cooperativas tem investido na capacitação e qualificação das lideranças, dirigentes, associados e funcionários. Esta estratégia reveste-se de significado ainda maior e é mostrado na prática pelo oferecimento dos Cursos de Pós-Graduação em Gestão de Cooperativas, em parceria com Sescoop/RS, que já se encontram e sua quarta edição.
Pode-se indicar que o futuro da região passa pelo fortalecimento das políticas públicas focados no cooperativismo, que resultem em novos investimentos na área. Devem ser estimuladas as iniciativas de cooperação e de empreendedorismo entre pessoas, bem como a cooperação entre diferentes modelos de organizações sociais, econômicas, educacionais, tecnológicas e sociais.
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