segunda-feira, 30 de julho de 2007

Setor debate criação de selo internacional

Entidades ligadas a agricultura familiar de cinco paises da América Latina estiveram reunidos em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, para discutir medidas internacionais para o setor. O 3º Encontro Internacional de Pequenos Produtores da Agricultura Familiar do Mercosul, realizado nos dia 18, 19 e 20, reuniu entidades da Argentina, do Brasil, da Bolívia, do Paraguai, do Uruguai e da Venezuela.

Um dos principais assuntos do encontro foi à criação de um selo para os produtos provenientes da agricultura familiar. A idéia é criar um selo internacional de qualidade para a soja produzida pelos pequenos agricultores. Esse selo funcionaria como um certificado que visa garantir ao produtor um tratamento diferenciado no sentido de obter um melhor preço pelo produto. A medida seria uma forma que garantir que o pequeno produtor possa continuar produzindo mesmo com a concorrência da produção em grande escala. Por outro lado incentivar a produção da soja com o menor consumo possível de agrotóxico.

Para o gerente de marketing da Cotrimaio Silceu Roque Dalberto que participou do evento esse medida seria uma forma de beneficiar aquele que produz de forma responsável e sustentável. “A idéia é contribuir para que o agricultor familiar continue produzindo”, aponta. Dalberto acredita que pagar um melhor preço para a soja da agricultura familiar não vai refletir no produto final na indústria. “O percentual de soja da agricultura familiar na indústria é pequena se comparada a proveniente das grandes lavouras”, explica Dalberto.

Pela proposta discutida pelos paises o selo seria conferido o mediante a cumprimento de alguns requisitos como: reservar área para o reflorestamento na propriedade; produzir de forma diversificada, produzindo suínos, aves, vaca de leite; e cultivar a agricultura de subsistência. O objetivo é fazer com que a propriedade seja auto sustentável, ou seja, produza tudo o que consome.

Para segunda quinzena do mês de setembro está agendado um encontro na Venezuela com as lideranças do Mercosul para aprofundar o debate sobre o assunto. Neste encontro cada país vai apresentar as medidas interna que devem ser adotadas, as mudanças legais quando necessárias, entre outros aspectos para viabilizar o selo. No Brasil uma alternativa seria comercializar com o selo de orgânicos.

A Cotrimaio cultiva hoje soja em três modalidades: a soja orgânica, a não-transgênica e a transgênica. Seguindo uma tendência mundial vai incentivar agora a produção de uma quarta modalidade do produto. A soja responsável que surge com força no Brasil. Dalberto explica que essa modalidade pode ser cultivada a partir de qualquer uma das outras modalidades, desde que a propriedade em que é produzida, cultive outros produtos e faça o reflorestamento. “Essa soja responsável já é de alguma forma incentiva por nós (Cotrimaio), quando orientamos o produtor para que ele produza de forma diversificada”, conta Dalberto.

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